segunda-feira, 26 de abril de 2010

CURRÍCULO NADA ESPETACULAR

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CURRÍCULO NADA ESPETACULAR

Carl Sagan propôs o seguinte calendário cósmico: admitamos a formação de nosso universo, há 15 bilhões de anos, pela grande explosão a que se convencionou chamar Big Bang. Condensemos o período decorrente desde então nos 365 dias de um ano. Teremos um calendário indicando a data de origem da Via Láctea (1º de maio), a do sistema solar (9 de setembro), a da formação da Terra (14 de dezembro), a da origem da vida na Terra (cerca de 25 de setembro), a da formação das rochas (2 de outubro), a dos primeiros micro-organismos sexuados (1º de novembro), a das plantas capazes de fotossíntese (12 de novembro), a das primeiras células com núcleo (15 de novembro). Somente no dia 1º de dezembro uma atmosfera significativamente rica em oxigênio começaria a se desenvolver na Terra, seguida do florescimento dos invertebrados (17 de dezembro), dos vertebrados (dia 19), da disseminação de vegetais (dia 20) e de insetos (21) pelo planeta.Entre os dias 22 e 24, poderíamos assistir ao surgimento dos primeiros insetos alados, das primeiras árvores, dos primeiros répteis e dinossauros. Mamíferos e pássaros não surgiriam antes do dia 28, mesma data em que apareceriam as primeiras flores e tornar-se-iam extintos os dinossauros. Esta é a véspera do aparecimento dos primitivos cetáceos, assim como dos primatas. Os hominídeos viriam à cena no dia 30 de dezembro e no dia 31, finalmente, os primeiros homens dariam o ar da graça. Do turbilhão dessas transformações o Homem resultaria, não como o produto mais importante ou singular, mas como um deles. Seria uma probabilidade em um mundo que poderia muito bem, como o fez durante a maior parte de sua história, existir sem ele. Por conseguinte, devermos ter humildade diante da imensidão de um universo solene e soberanamente indiferente à pequenez de nossos espasmos de grandeza. Existe um mundo que é independente do Homem, do qual este é um resultado, uma “modificação” – se é que nesta escala de raciocínio este termo tem algum sentido. Precisa dizer mais, chefe?

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