segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A crença um dia dará lugar ao Conhecimento


O indivíduo não mais aceita manter-se na periferia de um sistema de crenças, mesmo que se trate de uma religião dita revelada. Doravante, ele quer se colocar no centro de um sistema de pensamento resultante de sua própria experiência.
⊙ IGREJA DO PRESENTE Religião do Presente Perfeito Contínuo A crença um dia dará lugar ao Conhecimento “Quanto às grandes religiões, consideramos que elas manifestam atualmente dois movimentos contrários: um, centrípeto e, outro, centrífugo. O primeiro consiste numa prática radical que se pode observar sob forma de integrismos no seio do cristianismo, do judaísmo, do islamismo ou do hunduismo, entre outros. O segundo se traduz por um abandono de seu credo em geral e de seus dogmas em particular. O indivíduo não mais aceita manter-se na periferia de um sistema de crenças, mesmo que se trate de uma religião dita revelada. Doravante, ele quer se colocar no centro de um sistema de pensamento resultante de sua própria experiência. Nisso, a aceitação dos dogmas religiosos não é mais automática. Os crentes adquiriram certo senso crítico a respeito das questões religiosas e a validade de suas convicções corresponde cada vez mais a uma validação pessoal. Onde a necessidade de Espiritualidade produziu outrora algumas religiões com forma arborescente ( a forma de uma árvore bem enraizada em seu solo sócio-cultural, que elas aliás contribuiram para enriquecer), hoje ela toma a forma de uma estrutura em rizoma, feita de arbustos múltiplos e variados. Mas, o Espírito não sopra onde quer? Assim é que aparecem, hoje em dia, à margem ou nolugar das grandes religiões, grupos de afinidades, comunidades de idéias ou movimentos de pensamento, no seio dos quais as doutrinas, mais propostas que impostas, são admitidas por uma adesão voluntária. Independentemente da natureza intrínseca dessas comunidades, desses grupos ou desses movimentos, sua multiplicação traduz uma diversificação da busca espiritual. De maneira geral, consideramos que essa diversificação se deve ao fato de que as grandes religiões, que respeitamos como tais, não detêm mais o monopólio da fé. E assim é porque elas respondem cada vez menos ao questionamento do Ser Humano e não mais o satisfazem no plano interior. É talvez também porque elas se afastaram da Espiritualidade. Ora, esta, embora imutável em essência, procura constantemente se expressaratravés de veículos cada vez mais adaptados à evolução da Humanidade. A sobrevivência das grandes religiões depende mais que nunca de sua aptidão para renunciar às crenças e posições mais dogmáticas que elas adotaram com o passar dos séculos, tanto no plano moral como no doutrinário. Para que elas perdurem, devem imperiosamente se adaptar à sociedade. Se não se derem conta, nem da evolução das consciências nem do progresso da ciência elas se condenarão a desaparecer a um prazo mais ou menos longo, não sem provocar ainda mais conflitos étnico-sócio-religiosos. Mas, na realidade, presumimos que seu desaparecimento é inevitável e que, sob o efeito da globalização das consciências, elas darão nascimento a uma Religião universal que integrará o que elas tinham de melhor a oferecer para a Humanidade para sua Regeneração. Por outro lado, pensamos que o desejo de conhecer as leis divinas, isto é, as leis naturais, universais e espirituais, há de cedo ou tarde, suplantar a necessidade exclusiva de crer em Deus. Nisso postulamos que a crença um dia dará lugar ao Conhecimento. ( Extraido de Manifesto Positio Fraternitatis Rosae Crucis, publicado em 2001 em Göteborg, Suécia, durante a Convenção Mundial da Ordem Rosacruz, A.M.O.R.C.

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