domingo, 31 de outubro de 2010

Felicidade - Uma história. Darrin Mc Mahon

Felicidade - Uma História

Revisão do Livro

por:Eni Martin
Autor : Darrin Mc Mahon Publicado em http://pt.shvoong.com/books/494398-felicidade-uma-hist%C3%B3ria/

Apesar daquela famosa carinha - Smiley (um círculo amarelo com dois olhos e um sorriso), criada em 1963, ter se tornado o ícone da felicidade, pois parece que nada representa mais a felicidade que um rosto sorridente, somente nos últimos 250 anos a felicidade teve a ver com a manifestação exterior do sorriso.Nem Aristóteles na Grécia antiga, nem São Thomás de Aquino, na Idade Média, nem John Loke, no século XVII acreditavam que a felicidade tinha algo a ver com o sorriso e a mesma, nem mesmo era encarada como sentimento. Darrin Mc Mahon, num livro muito bem escrito, conta a "história" da felicidade começando lá na Grécia Arcaica, onde a mesma não era algo a que os homens pudessem almejar, pois ela lhes caberia, ou não, pelo destino e só se podia saber se um homem fora feliz ou não, quando seu destino já se havia cumprido inteiramente. Gregos e Romanos herdaram essa idéia de felicidade. Somente a partir de Sócrates, é que alcançar a felicidade tornou-se um projeto humano. Segundo ele o homem podia atingir a felicidade ainda que fosse esta uma busca árdua. Ser feliz era viver como os deuses e algo para muito poucos e o mais importante que buscar sensações agradáveis era fugir dos vícios e assimilar virtudes. Para o cristianismo a felicidade estava fora deste mundo, pois a graça divina só se revelaria num mundo superior destinado aos bons. A felicidade foi trazida novamente à terra no Renascimento, que devolveu alguma felicidade aos prazeres deste mundo. Com o Iluminismo, no século XVIII, a felicidade passou a ser algo que todo ser humano poderia aspirar. Não era um presente de Deus, nem um golpe do destino, ou recompensa pelo bom comportamento, mas sim um direito humano atingível por qualquer pessoa. Neste século inaugurou-se uma nova era no estudo da felicidade, podendo ser agora medida em sua duração, intensidade e pureza por ser um sentimento natural dos homens. Em 1780, Jeremy Benthan, inventou uma fórmula matemática para mediir a felicidade resultante de uma ação qualquer. Este cálculo nada teve de revolucionário, mas o raciocinio subjacente é que foi revolucionário, com uma espécie de ciência da felicidade que começou a tomar forma nos últimos anos num campo em que estão biólogos, neurologistas, psicólogas e economistas que utilizam ferramentas como a estatística, tomografia, mapeamento genético para tentar compreender o que faz uma pessoa feliz. Concluiu-se, também, que a felicidade carrega vestígios de épocas anteriores, pois ao mesmo tempo em que se acredita que a felicidade é um estado de espírito que pode ser induzido até mesmo por remédio, as pessoas de hoje também ouvem, cada vez que pronunciam a palavra felicidade, ecos de concepções antigas em que a felicidade era um bem supremo, um bem divino e talvez inatingível. Por mais que tenha tentado, segundo Mc Mahon, o Iluminismo não conseguiu separa a felicidade de um passado religioso e metafísico, mantendo na mesma uma aura de transcendência. Por iso continuou ela exercendo tanto poder. Se avanços futuros na genética ou farmacologia vão desvendar definitivamente os mecanismos da felicidade ainda não se pode saber.
Publicado em: março 19, 2007 Updated: setembro 20, 2010

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